Perdeu, meliante! A casa caiu!
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Os que visitam o cafofo virtual há mais tempo sabem um pouco da minha trajetória de vida. Inclusive uma das suas passagens mais polêmicas, quando, contrariando a família inteira, abandonei uma faculdade de Direito quase no fim para ir fazer História. Não se pode dizer, entretanto, que o que eu aprendi da ciência jurídica não serviu de nada.
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No fim do ano passado, por exemplo, eu cortei um dobrado para tentar livrar meu primo mais novo de garras bem piores do que as da justiça: As da minha tia, mãe dele, que queria comer-lhe o fígado com farofa, depois dele ter feito uma senhora merda. Como primo mais velho e padrinho do infeliz, acabei tendo que interceder junto à minha tia para que não o jogasse aos abutres depois que o muquirana tomou um ferro maiúsculo no fim do ano letivo.
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No fim do ano passado, por exemplo, eu cortei um dobrado para tentar livrar meu primo mais novo de garras bem piores do que as da justiça: As da minha tia, mãe dele, que queria comer-lhe o fígado com farofa, depois dele ter feito uma senhora merda. Como primo mais velho e padrinho do infeliz, acabei tendo que interceder junto à minha tia para que não o jogasse aos abutres depois que o muquirana tomou um ferro maiúsculo no fim do ano letivo.
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Ninguém aqui está sugerindo que o moleque deva passar impune. O mínimo que se espera de um marmanjo de quinze anos que tem casa, comida e roupa lavada, e que tem o estudo como obrigação única é que ele tenha um desempenho escolar minimamente satisfatório. Eventuais dificuldades poderão até ser toleradas se o estudante demonstrar algum empenho. Evidentemente, não foi o caso dele.
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Por outro lado, eu tentei fazer minha tia ver que esse não era o fim do mundo. O réu nem era reincidente. Meu primo, até aquele ano, vinha tendo uma vida escolar organizada. Tudo bem que ele não ajudou muito seu advogado de defesa. Ele poderia, por exemplo, ter sido aprovado em alguma coisa além de Educação Física. E também podia ter ficado de boca fechada. Quando minha tia perguntou o que ele queria da vida, a resposta foi algo do tipo eu e uns amigos estamos aí com um projeto maneiro, vamos montar uma banda e... e minha tia não deixou nem ele terminar, já foi logo dando-lhe um tapão no pé da orelha. Mas, apesar de tudo, ele não é um mau garoto.
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Caralho, eu também já tive quinze anos. Com a idade dele, eu queria ser rapper. Ia dormir todas as noites sonhando que estava no banco de trás dum carrão conversível, com o som nas alturas, usando um cordão de ouro maciço com elos da grossura do meu punho. Parece que eu ainda posso ouvir os tapas que estou dando na bunda das gostosonas popozudas seminuas rebolando ao meu redor usando micro-shortinhos enquanto eu as molho com champanhe importado. Ah, bons tempos.
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(Nossa, as meninas que me acharam tão sensível com aquele post sobre o ponto G devem ter ficado horrorizadas. Mas dêem um desconto, pôxa, eu tinha quinze anos!).
(Nossa, as meninas que me acharam tão sensível com aquele post sobre o ponto G devem ter ficado horrorizadas. Mas dêem um desconto, pôxa, eu tinha quinze anos!).
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Mas o fato é que fazer algumas merdas faz parte do aprendizado. Não se aprende as diferentes conseqüências das atitudes certas e erradas se você não fizer um pouco de ambas. É só cuidar para que as erradas sejam menos freqüentes que as certas e que não prejudiquem seriamente a sua vida ou a de terceiros. No mais, é botar o garotão pra estudar mais ano que vem e estamos conversados.
Mas o fato é que fazer algumas merdas faz parte do aprendizado. Não se aprende as diferentes conseqüências das atitudes certas e erradas se você não fizer um pouco de ambas. É só cuidar para que as erradas sejam menos freqüentes que as certas e que não prejudiquem seriamente a sua vida ou a de terceiros. No mais, é botar o garotão pra estudar mais ano que vem e estamos conversados.
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E eu, decididamente fiz a escolha certa porque eu não nasci pra advogado, mesmo. Perdi a causa retumbantemente, já que meu cliente vai ficar um bom tempo sem saber o que é rua, balada, ou futebol. Se ele se comportar bem, a gente tenta passar ele prum regime semi-aberto, lá pro meio do ano.
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11 comentários:
Querido Da Silva, além de não confiar em médicos ultimamente, preciso confessar que nunca, jamais, em tempo algum confiei em advogados. Começo pelo exemplo que tenho em casa, quase metade da família. Tô fora! Daí que, penso eu, você é uma grande vitória para o nosso lado, o lado bom da força. Sua inteligência dedicada ao exercício do Direito (muitas vezes mais torto do que direito), provavelmente não seria tão proveitosa como brilhante pode ser se dedicada ao estudo da História. Obrigada por ter escolhido ser meu colega de profissão. E de sofrimento. "Te dedico". Beijos e beijos. Rá! ;)
Cara, somos colegas... Veja você.
Saiu do Direito e foi para a Esquerda.
Foi fazer História.
HISTÓRIA?
Nunca te perguntam se vc anda em bardenas (leia-se movimentos populares), fumou maconha na faculdade, e usa barba em homenagem ao Fidel?
Acho que é o curso com mais estereótiopos que existe.
Mas ainda é o melhor para mexer com a cabeça da rapaziada.
Um abraço.
Eu comecei direito 4 vezes, em 4 universidades diferentes. O mais longe que consegui ir foi o terceiro período. Sou praticamente formada e pós-graduada em primeiro período de Direito...
Não deu... Aquilo é muuuuuito chato!
Bem... e vejo que vc assim como meio bilhão de pessoas gosta de História... Todos a minha volta gostam de História... É o sonho de nove entre 10 conhecidos... E o 1 que sobra tb gosta de História... Só a doida aqui é odeia essa matéria... Eu dormia na sala de aula no segundo grau enquanto a turma delirava com o professor...
Eu tinha orgasmo com biologia... Óbvio eu seeeeempre quis ser médica... Talvez por isso eu tenha começado Direito 4 vezes, Administração 1 vez, Letras 1 vez, e não me formei em po**a nenhuma...
Ainda sonho em me formar em Medicina... Sonho meio doido, mas não impossível, só meio difícil, já que tenho que me sustentar e a carreira é em tempo integral...
Quando eu tinha 15 anos sonhava em ser cantora... E até hoje sonho com isso... Esse definitivamente é meu sonho mais impossível! Minha voz é feia até falando... rs
Beijocas
Ainda bem que vc percebeu a tempo que não gostava de Direito. Ainda que ninguém tenha gostado da ideia o que importa é que isso te fez bem não?
Acho que todo homem do mundo que teve quinze anos já quis ser rapper.
Eu já pensei em ser jornalista, escritor, cantor, astronauta e centroavante do Flamengo. Devia ter investido mais nessa última, que é a que paga melhor.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Nossa lamento por ele, espero que ele se esforce mais pra não perder os lazeres dele.
abraço !!!!
Ogritos
além de tudo vc tem um enorme coração!
já pensou vc de rapper? que luxo!
besos!!
Daqui um tempo...
uns vinte anos, mais ou menos
seu cliente vai entender que regime fechado era a melhor coisa a fazer...
hahaha eu que sou advogada acho que vc mandou bem na defesa. A pena ele teria que cumprir anyway, mas a progressão do regime é bem mais fácil de vc conseguir., rs
meu irmao tava indo mal na escola, e ao invés de ameaçá-lo com táticas de tortura chinesa, fiz o contrário. Disse que se ele passasse com muitos 10 eu daria um playstation 3 pra ele. advinha? ele conseguiu, rsrs
beijos
Queria ter um advogado desse em minha defesa quando faço minhas insanidades
bjos
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ri mto do post. Como sempre, mto bem feito. rs
E lendo esse relato, eu percebo o qto eu era nerd, mais uma vez..pq aos 15 anos eu estava entrando na faculdade. O.o
E até os 8 anos, eu sonhava em ser caixa de supermercado.
Eu era fascinada por aquele tec tec. rs
No mais, que clássico foi aquele, menino?? Pqp!!
Tô sem voz até hj.. rs
Bjosssssssssssssss!!
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