26 de jun. de 2009

Pagando pra ver

Invisível? Cês tão de sacanagem.
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Taí, ninguém pode dizer que eu não dou uma moral pra patroa, nem que eu não sou um marido justo, ou que eu não sei ouvir e respeitar as opiniões de minha companheira. Contrariando as minhas preferências cinematográficas reveladas alguns dias atrás, deixei minha cara-metade escolher o filme e acabamos numa comédia romântica. Assistimos “A mulher invisível”, filme com Selton Melo e Luana Piovani. E o pior é que a experiência me saiu melhor que a encomenda.
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A essa altura, todo mundo já conhece a sinopse. Depois de ser traído e largado pela esposa, sujeito engrena um relacionamento com uma mulher perfeita. Bonita, gostosa, provocante, inteligente, ótima dona-de-casa, e compreensiva com todos os seus gostos e atitudes. Capaz de relevar traições e assistir, com conhecimento de causa, a um futebolzinho. Pena que a perfeição de lingerie só existe na imaginação do cara, o que o coloca em situações de um ridículo hilariante.
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Tenho que admitir, entretanto, que saí do filme encucado. A maioria dos comentários que eu li sobre o filme trazia uma psicologia de botequim das mais rasteiras, onde a personagem de Luana Piovani é apresentada como não podendo ser de carne e osso, como sendo um arquétipo da mulher ideal para qualquer homem, que só existe na imaginação. Até admito que não se um encontra um corpo como aquele em qualquer esquina. Mas, putz, se uma mulher bonita, capaz de relevar nossas bobagens, curtir um futebol conosco e nos dar uma mãozinha com a casa só existe na imaginação, então este mundo está perdido. Me recuso a crer que tais mulheres sejam tão invisíveis e tão irreais assim.
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De qualquer forma, fecho inteiramente com a outra grande lição do filme, que aliás passou quase despercebida (como passaria despercebida qualquer coisa diante da Luana Piovani de calcinha): O hábito de ler e escrever ajuda muito a pôr ordem na maluquice (quem assistiu ao filme entenderá o que estou dizendo). Talvez seja esta a maior razão de eu estar agora diante de uma tela de computador.
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Aguentei esse tempo todo fazendo uma análise fundamentada do filme, mas agora não dá mais, eu tenho que desabafar. CARALHO, a Luana Piovani está estalando de GOSTOSA, um açougue completo, com peito, lombo e coxa de primeira. Ela tá que é pura saúde, com vitaminas, proteínas e sais minerais, parece um composto nutricional, um desses shakes pra marombeiro. E o pior é que ela existe de verdade.
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20 de jun. de 2009

Preto, branco e rosa-pink

Nosso céu é mais azul. Nossas matas são mais verdes. E nossa frescura é mais rosa.

O mundo seria um lugar melhor se as pessoas tivessem o saudável costume de fazer um mínimo de auto-crítica. Esse comentário não é à toa. Depois de não ficar muito à vontade ao assistir na TV as imagens da Parada Gay, gastei uns bons minutos fazendo um exame de consciência, pensando se eu tenho preconceito contra esse pessoal.

A primeira pulga atrás da orelha veio com o fato de que alguns dos ambientes que eu mais detesto são apinhados de homossexuais. Salões de beleza, passarelas de moda ou lojas de grife, em geral são lugares que eu sou capaz de pagar pra não ir. Pra piorar, uma das poucas coisas que me aborrecem dentro do universo do samba (onde eu me criei) é exatamente a convivência com os caprichos de alguns carnavalescos, que enchem as fantasias de tanta firula que mal dá pra o pessoal da comunidade se mexer.

Contudo, a convivência no meu dia a dia é tranqüila e eu tenho homossexuais no meu círculo de amizades. O meu próprio cafofo virtual é um espaço acolhedor para gente de todo o tipo de orientação sexual.

Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que o meu problema não é com os homossexuais, mas com uma característica presente em pessoas de todos os sexos, raças, credos e opções sexuais: Eu não suporto frescura. Eu não estou nem aí se o meu abdômen está sarado ou se o sapato combina com a bermuda. Não acho nada de mais que a mulher tenha celulite ou uma gordurinha aqui e ali e nem troco uma feijoada por caviar.

No fundo, eu não tenho nenhum problema com os bissexuais, transexuais ou homossexuais. O problema são os metrossexuais.

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11 de jun. de 2009

Cheio de dedos

Depois de longo e tenebroso inverno, eis que o Ogro volta aos seus afazeres blogueiros depois de um afastamento causado por um acidente dos mais bizarros. Evidentemente, não foi a minha primeira contusão futebolística, visto que sou um incorrigível atleta de fim de semana. O inusitado foi a natureza da contusão. Uma luxação no dedo indicador da MÃO direita. O pior é que eu nem estava no gol.
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Eu estava lá, no meio-campo, com a camisa dez, distribuindo jogadas com a categoria que me fez célebre nos campos de pelada do Rio, quando, depois de pisar num buraco, caí e torci o dedo tentando me apoiar na queda. Me machuquei sozinho num lance tão ridículo quanto fortuito, que me deixou incapaz de teclar qualquer coisa, durante quinze dias.
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Pra piorar, como é de praxe nesse quadro clínico, lá estou eu tomando antiinflamatórios, o que também me deixa sem poder tomar cerveja. O resultado final é que estou fora das situações em que estou mais à vontade (depois da minha casa, evidentemente). Estou longe dos campos, dos bares e dos computadores.
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A suspensão acaba esse fim de semana, mas eu não consegui ficar longe do PC e digitei este texto que deve ter sido o mais demorado da História da informática. No sábado, entretanto, já estarei à disposição do professor.
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Senso de humor escroto. Piada idem.
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Como se o fato de eu estar no bar sendo obrigado a beber suco de laranja não fosse tragédia suficiente. Eis que me chega o Abreu (irmão do já famoso Torquato, o da peruca, que eu mencionei algumas postagens atrás) com ar pesaroso, se encosta no balcão e solta a seguinte pérola:
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_ Impressionante, dois acidentes aéreos em menos de um mês.
_ Dois? Qual foi o outro?
_ Cê num soube? Foi o helicóptero que caiu em Portugal. Ele caiu nos arredores de Lisboa, por uma mórbida coincidência, bem no meio de um cemitério.

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Eu que sou babaca, ainda dou conversa. Ingenuamente, acabei perguntando.
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_ Caramba, o helicóptero caiu em cima do cemitério? E morreu alguém?
_ As autoridades portuguesas já resgataram mais de cinco mil corpos.
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Seu eu estivesse com a mão boa, juro que eu dava uma porrada.
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