31 de jan. de 2011

Vacas gordas, jogadores magros e vice-versa

É, parceiro, fica pra próxima
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Há determinados espetáculos, que, por sua própria natureza, podem funcionar em qualquer forma de apresentação. A exceção daquelas superproduções, cheias de efeitos especiais, um bom filme, com bom roteiro, pode ser bem assistido numa boa tanto no cinema quanto na TV a cabo no aconchego do lar. Um bom show de MPB também pode ser transposto para o DVD sem muito prejuízo.
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Há no entanto, dois eventos que eu sempre considerei outra coisa quando assistidos pela TV. Dois eventos que eu sempre fiz questão de assistir in loco, ao vivo e a cores, ainda que a um custo financeiro um pouco além do que recomenda a minha realidade orçamentária: Jogos de futebol e desfile das escolas de samba.
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Digo isso porque são dois eventos que exigem muita emoção além da qualidade técnica e envolvem tantos diferentes detalhes que, pela televisão, você sempre estará perdendo alguma coisa. São acontecimentos que você não assiste somente, mas toma parte. Que você canta, dança, grita, comemora e xinga, dando vazão a sentimentos muito básicos, que você pode até externar em casa diante da TV, mas sem o mesmo impacto e com possibilidade de reclamação de Dona Patroa e/ou dos vizinhos.
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Como bem sabem os amigos mais assíduos, assumi uma mega-responsabilidade nos últimos meses. Entrei numas de mandar o condomínio às favas e saí do apartamento para morar numa casinha branca de varanda com quintal e uma janela só pra ver o sol nascer. Não satisfeito, ainda arrumei uma cadela que é uma graça, mas cujo tamanho eu avaliei mal. Não imaginei que aquela pequena bola de pêlo chorona ia se transformar, em menos de cinco meses, num mastodonte, que come toneladas de ração e ainda enriquece a dieta com meias, sapatos, pregadores, controles-remotos, almofadas e mangueiras de jardim, entre outros utensílios domésticos, para os quais a Casa & Video não oferece garantia estendida.
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Em suma, estamos vivendo tempos de arrocho fiscal doméstico, o que ficou evidente na triste conclusão de que o Carnaval 2011, na tela da tv, no meio desse povo, a gente só vai ver na Globo. Com exceção de um pequeno bloco dos amigos lá de Madureira e do desfile das escolas de samba mirins, mas esse não se pode chamar de lazer, já que o Ogro aqui trabalha na organização do evento.
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E, pior de tudo, eu ainda terei que assistir pela TV a estréia do moço aí da foto, mesmo com o estádio sendo quase do lado da minha casa. O negócio é torcer para que o rapaz continue ralando nos treinos e mantenha boa forma física, continuando magro enquanto as vacas engordam, já que, aqui no pântano, vivemos tempos de vacas anoréxicas.
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20 de jan. de 2011

Fazendo o bem e olhando a quem

Esse aí, se doar um mês de salário, dá pra fazer outra cidade de Friburgo

Apesar do meu colesterol estar lá na casa do cacete e de eu estar até a tampa de dívidas, não posso deixar de concluir que o meu perrengue é absolutamente irrelevante perto do que passa o povo da região serrana do Rio numa hora dessas. Bem ou mal, aqui em casa estamos todos vivos, saudáveis e com teto novo, mesmo sabendo que ainda vamos levar uns 250 anos pra acabar de pagar.
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Pra não ficar só daqui lamentando, evidentemente já cuidamos de levantar o traseiro do sofá pra fazer alguma coisa. A doação foi modesta. Afinal, a situação financeira no pântano não é das mais confortáveis por conta das dívidas recém-adquiridas, mas ninguém vai ficar (ainda) mais pobre por conta de alguns quilos de arroz ou feijão ou algumas garrafas de água mineral. E se ficar, ainda tem uma coisa simples para ajudar que você, muitas vezes já faz de graça: sangrar. Na impossibilidade de doar qualquer coisa, você pode doar sangue, pelo menos. Simples assim.
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Tomei a liberdade de disponibilizar para a rapaziada que nos visita um link do Urublog, aonde o Arthur Muhlenberg, blogueiro do Flamengo no Globo Esporte, enumera uma lista de contas bancárias aonde se pode contribuir com dinheiro. Nos comentários, o pessoal também cita instituições que recebem e repassam donativos, é só ir lendo. E dar um desconto nos comentários raivosos de alguns gremistas furiosos pela contratação do Ronaldinho Gaúcho.
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E, por fim, não custa lembrar, procure se informar sobre o destino dado às suas doações. Aqui no Rio, essa semana, já prenderam uma dupla de safardanas, mequetrefes, ladravazes, meliantes, bostas-de-cobra levando pra casa uma caminhonete abarrotada de donativos. Enfim, é fazer o contrário do que manda o ditado popular: fazei o bem e olhai a quem, atentamente.
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10 de jan. de 2011

Casinha branca de varanda

O lar de um homem é o seu castelo

É, meus amigos, que saudade doida disso aqui. Antes de mais nada, eu volto agradecendo ao pessoal que, mesmo depois de meses sem eu dar as caras por essas bandas, ainda manda mensagens das mais carinhosas perguntando pelo Ogro aqui.

A razão do sumiço foi das mais prosaicas. Embora o endereço virtual continue o mesmo, o endereço físico mudou. Sabe como é, eu e Dona Patroa temos planos de aumentar a família, o que exigiria um lugar com um pouco mais de espaço. Como na música de Gilson e Joran, adquirimos nossa casinha branca de varanda com quintal e uma janela só pra ver o sol nascer. Chega de apartamento.

E o kit ficou completo, com direito a varandinha, quintal e cachorro, uma beleza. Pena que eu só vou acabar de pagar por ela quando os filhos que eu ainda nem tenho deixarem a puberdade.

Em meio a todo o processo de venda do apê, compra da casa, obras e mudança, o pântano virtual ficou em segundo plano, evidentemente. Mas agora estamos aí, com planos de ficar por muito tempo. Brevemente o cafofo estará em plenas condições de reunir a rapaziada para bater um papo, tomar uma gelada e assar uma carne. Aí, ninguém me segura.
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9 de jan. de 2011

Eu voltei



Postagem mais auto explicativa, impossível.