12 de fev. de 2011

O primeiro musical a gente nunca esquece

O pior é cego é o que não quer ouvir Ray Charles

O lado bom de se ter a televisão como opção única é que você, forçosamente, acaba encontrando alguma coisa boa pra ver. Forçado a manter um ajuste fiscal doméstico por conta da compra da casa nova, tive que dar um tempo nos teatros e cinemas a que eu costumava levar a Dona Patroa regularmente. Mas, para minha grata surpresa, eu acabei descobrindo que a TV nesses dias não está sendo uma derrota total, graças a Deus. Eu jurava que só me restariam os Cds para fugir do Big Brother, que é cada vez mais onipresente.
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Eis que numa madrugada insone eu topo com uma verdadeira jóia na HBO, um dos muitos filmes que marcaram a minha infância cada vez mais distante, lá nos anos 80. Aliás, ver filmes dos anos 80 na TV a cabo nos finais de semana é o que está me fazendo esquecer dos juros tresloucados do meu cheque especial. É um tal de Karatê Kid pra lá e Curtindo a vida adoidado pra cá que eu até consigo olhar para a TV sem fazer a conta mental de quantas prestações faltam para eu acabar de pagá-la.
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Mas a jóia a que eu me refiro é um musical, talvez o primeiro a que eu assisti a vida inteira e, pra ser sincero, um dos poucos de que eu gostei. É o cultuado The Blues Brothers (Os irmãos cara-de-pau, no título abrasileirado), com Dan Aykroyd e John Belushi.
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A sinopse é bastante conhecida. Era uma vez dois irmãos que, depois que um deles sai da cadeia, buscam uma maneira de impedir o fechamento do orfanato em que cresceram e que enfrenta dificuldades financeiras. Durante um culto evangélico, o ex-presidiário tem uma revelação: A melhor maneira de arrumar a grana que pode salvar o orfanato é reunir a antiga banda que eles tinham (os Blues brothers do título) para uma apresentação. E tome participações especiais e números musicais fuderosos ao longo da jornada dos dois para reencontrar o grupo. Aparecem e cantam no filme, entre outros astros do R&B, Ray Charles, Aretha Franklin e ele, o cara , o mestre, o escolhido que andou entre nós, o maior de todos, o pica das galáxias, James Brown. Putz, as meninas desculpem o linguajar do Ogro aqui, mas não dá pra definir de outra forma: é, simplesmente, do caralho.
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E olha que eu nem falei dos dois protagonistas, que demonstram entender bastante do riscado. Os dois atores tocam e cantam bem e ainda ensaiam umas dancinhas absurdamente toscas, principalmente no número final, não dá pra não rir.
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Ao fim de tudo, foi inevitável não pensar em uma coisa: Se os filmes eram tão bons, se eu não tinha dívidas e, se o Flamengo ganhava absolutamente tudo, por que os anos 80 tinham que acabar?!
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Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Os anso 80 realmente deixaram saudades pra quem viveu. Eu não sou saudositas e procuro evitar esse traço que vai ficando cada vez mais evidente no ser humano depois que ele passa dos 30. Acho que o saudosimo nubla a visão das pessoas para enxergar o que há de bom no momento em estão vivendo.

Mas tenho que admitir que um um momento ou outro me pego presa em recordações boas, muitas dos anos 80, sim... rs

Agora, se vc tem TV de assinatura, como parece ter, não precisa ver um tiquinho de BBB... rs...

Eu só vejo o Jornal nacional e a novela das nove na Globo, acabou eu mudo na mesma hora.

Beijocas