12 de jul. de 2009

Resolvendo dois problemas

Essa aí achou uma roupa que não lhe engorda
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_ Amor, pede pra ela trazer a blusa cáqui.
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Nem precisei me mexer. A própria vendedora ouviu o pedido e foi levar a tal blusa até o provador. Ainda bem, porque eu nem desconfio o que seja cáqui, assim como eu não faço a menor a idéia de que cores sejam marfim, champagne, mostarda, salmão, pêssego, cobre e todas essas cores modernosas que só existem em cabeça de estilista. Cores, pra mim, são aquelas que eu aprendi no colégio como cores primárias e secundárias. Sabe como é, azul, verde, amarelo, vermelho... essas cores ultrapassadas.
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E o pior de sair pra comprar roupa com a patroa nem é aturar essas cores alienígenas. O problema é que tudo tem que ser experimentado, tem que combinar com as peças de roupa que ela já tenha ou pior: não pode engordá-la. Com os micromanequins de hoje em dia e, depois de alguns anos de casado, a tendência natural é que roupas que não nos engordem sejam uma espécie em extinção. Ora, existe um enorme ramo da economia que vive de vender coisas que prometem emagrecer as mulheres. Logo, eles precisam que a mulher se sinta gorda. Se as mulheres não engordarem, eles diminuem a roupa, mas vai explicar isso pra qualquer uma delas. Mesmo que ela seja esclarecida e pós-graduada, como a minha.
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A última peça de roupa que eu levei pra casa, uma camisa do Flamengo, nem precisou ser experimentada. Levei cinco minutos entre escolher e pagar e só me dirigi ao vendedor pra perguntar quanto era e se tinha GG. Nessa compra com a patroa, eu parei de cronometrar quando chegou a quarenta minutos, dois minutos depois de ela recusar uma blusa dizendo pra vendedora que a peça estava “sei lá, meio sem vida”. Claro que estava sem vida, era uma blusa, não um peixe ornamental. Só vejo gente recusar produtos com esse argumento em floriculturas. Ou em pet-shops.
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Outra coisa que me impressionou foi o quanto essas redes de moda feminina estão de bobeira ao não pensarem em nenhuma distração para o bando de maridos carrancudos amontoados no canto da loja. Visivelmente entediados, eles tinham como passatempo olhar para as bundas das vendedoras. Sem muito entusiasmo, já que a maioria era de senhoras de meia-idade, sem a firmeza nadegal de outrora. Podiam botar um Playstation pro pessoal jogar um GTA, ou, sei lá, uma TV passando os gols da rodada. Ou uma mesa de sinuca.
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Podiam também vender roupa pra mulheres em botequins, aí estariam resolvidos dois problemas de uma vez. Os maridos não reclamariam da demora nas compras e as mulheres não reclamariam do mau humor dos maridos. O problema seria a rapaziada comprando roupa para a mulher de segunda a segunda.
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23 comentários:

Cris Medeiros disse...

eheheh... Vc sempre analisando o cotidiano de uma forma gostosa.

Olha, se separa da sua mulher e casa comigo, eu detesto comprar roupa, quando entro na loja pareço um furacão que enche o braço de blusas, calças e vestidos, provo tudo em 10 minutos e sei exatamente o que estou procurando. E pra completar adoro bares e cerveja... ahahah

Mesmo assim sabe que meu ex ficava super impaciente quando entrava numa loja de roupa comigo? Ele não vai encontrar mulher mais rápida do que eu... ahahah

Beijocas

Estava Perdida no Mar disse...

Cara, vc é analista de marketing? adorei a ideia do PS2 nas lojas. Aliviaria o lado da gente tb...q sofre tendo q lidar com as caras chatas de vcs...rs


Manda um mail ´para a adm do shopping...rs

Aninha disse...

ai aiiii
os homens só reclamam, oh céus!!!!!!
eu tenho uma ótima idéia! vc fica no bar, a sua mulher vai comprar roupas e depois vcs se encontram! que cê acha?
beijosssssss

Menina de óculos disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkk

Eu adoro quando vc escreve sobre cores.

Eu me diiiiiiiivirto!!!!!!

Arthur Rotta disse...

Pô, boa sugestão para os lojistas.

Acho que eles não se deram conta ou talvez nem os vendedores aguentam a indecisão feminina.

Aih com marido irritado eles supoem, acertadamente, que talvez as mulheres fiquem menos do que queriam ficar.

Afinal, me parece que a eternidade que as compras duram para nós, machos ogrosexuais, para elas passa num piscar de olhos.

Se no passado era "be ou not to be...", a indagação shakesperiana passou a indagação puramente consumista: "Buy or not buy, that´s the question"

Ô vida!

Jean Baptiste disse...

A idéia da Aninha não funciona por um motivo. Se é o cara que vai pagar, ele tem que ir junto.

Cris Medeiros disse...

Olha... Eu estou com um ficante oficial, então tem lugar pra mais um ficante reserva... ahahah... Não precisa ficar com inveja... rs

Realmente a falta da parte boa sempre bate, até por isso resolvi ficar com ele de uma forma mais fixa, se podemos dizer assim... rs

Beijocas

disse...

Gee! Quanta genealidade! hahahahaha

Bem pensado. Mas olha comprar é uma arte ok?? rs

Mauro Sérgio Farias disse...

Eta sociedade de consumo da porra...

O negócio é gastar. Não importa nem se a roupa cabe, se ela é necessária ou se a cor é desse planeta.

valeu

Ana disse...

"Claro que estava sem vida, era uma blusa, não um peixe ornamental"
ri muito com essa frase,muito bem colocada. Mulher fala mesmo essas coisas tenho que convir.
Também já pensei na questão da distração masculina, pq aguentar a cara do namorado de bode é um saco!
beijos,

Sempre Que Penso... disse...

Caraca muito bom!!
O texto é leve, engraçado e essa ideia do playstation é super válida!RS
Parabens pelo teu espaço!!
:D
XerOo'

Sâmia disse...

Ah, aqui em casa é diferente. Eu sou a ogra que não sei comprar roupas, e o namorado, muito macho, se transforma numa bicha consumista quando entra num shopping... Aí voltamos para casa carregando as sacolas dele, e eu, claro, de mãos abanando.
Não tem a menor graça...

яαiℓezα disse...

Hahahaha, muito bom!

Realmente é tediante essa espera toda.
Gostei da ideia do playstation o//
Os maridos e namoridos agradeçem!

Sempre Que Penso... disse...

Retribuiçao INesperada, que bom que gostou, fiquei contente tbm pelos teu passos, obrigada, também ti sigo!!
BjOoOO'

Alessandra Castro disse...

Outro dia eu fiz uma grande revelação ao meu namorado e compartilho com você mesmo sabendo que naum é novidade assim: O nosso cerebro funciona conforme a roupa que iremos sair. Sério. Por isso que quando o cara fala "Vamos dar uma volta", demoramos 3 horas p/ se arrumar...

Sol! disse...

Posso robar a idéia? Boutique com Buteco! Já deu até o nome da loja!
Vai render mais que a Daslu!


... eu ia esquecer de comprar roupoa e ia ficar na cervejinha com tira gosto... é foda

Passanger disse...

Para de reclamar!! Vcs tem mais é que nos acompanhar mesmo...onde já se viu isso?? Mas eu curti a idéia de vender roupas femininas em botequim..certeza que eu ia sair belíssima de lá..hehehe ;)

Beijos,
Anita.

Gabriela disse...

quer fazer um marketing pra mim não? rs
eu adorei o seu texto sensato, criativo e com umas doses de machismo,mas está valendo,afinal apesar de não ser uma regra que se aplica a todas,vc falou uma verdade...
bjão

Alberto Ferreira disse...

Matou a pau meu velho.
Acho que essa idéia deveria ir além, tinha que ter um barzinho das repartições públicas, nos bancos e por aí afora.
Quem sabe não viveríamos mais como humanos ao invés de peças do tempo.

[]s

DIVÃ DA MULHER disse...

Boa idéia essa sua..os comerciantes de roupas não sabem o que estão perdendo??

Mulheres satisfeitas,maridos felizes!rs

Mari S. disse...

HAHA, ameeeeeeei aqui, cara, vou et seguir agora, viu?!
Adorei o post, e, concordo contigo.
E, boa a suas idéias para os maridos não se chatearem *-* gostei muito daqui, mesmo. Sério!
bom, dá uma passadinha lá no meu, atualizei (:
beijos :*

Jhèé disse...

Gostei da idéia de ter uma distração em lojas pros namoridos de plantão, mas sinceramente não teria coragem de comprar roupas em botequins, com aquele bando de bebuns...Prefiro as Boutiques mesmo.O lado bom disto é que com a tal da lei seca eu poderia voltar dirigindo o carro do meu Amor.

O Cheff:
Melhor ser Máquina do tempo do que alcoólatra,né?

Jade disse...

Já deixei de levar marido/namorado/homens em geral ao shopping há muitos anos, prefiro comprar minhas roupas sozinha!!
Ri muito pensando nas cores, porque fui ontem na manicure e pintei as unhas com um esmalte chamado fúcsia e lembrei que trabalhei com uma pessoa que foi da Sears e ela falava em cores assim, fúcsia, suferino (variações do "maravilha" que tinha na nossa caixa de lápis de cor).
Mas... vc mora no Rio? Convence a patroa a ir no Nova América, aí vc fica na rua do Rio!! hehehe!!
Beijos!!